Quem vai governar o Reino Unido nos próximos cinco anos?

Um guia para perceber como funcionam as eleições em terras de sua Majestade.

Durante todo o dia de hoje, 45 milhões de eleitores de Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, escolhem quem irá governar o Reino Unido nos próximos cinco anos.

Desde há quase um século que os britânicos são governados ou pelo Partido Conservador (do atual Primeiro-Ministro David Cameron, mais à direita) ou pelo Partido Trabalhista (mais à esquerda, tem como candidato a estas eleições Ed Miliband).

A Câmara dos Comuns (o equivalente à nossa Assembleia da República) é composta por 650 deputados, tantos quantos os círculos eleitorais existentes no reino Unido.

MAIORIA = 325 + 1

No Reino Unido, a percentagem de votos de cada partido a nível nacional não interfere na escolha do novo Governo. As contas são feitas de outra maneira.

Cada um dos 650 círculos eleitorais (composto por cerca de 70 mil eleitores) escolhe um deputado.

Para ganhar as eleições, um partido precisa de eleger 326 deputados (metade mais um do número total de lugares no Parlamento).

O PODER DOS MAIS PEQUENOS

Nestas eleições, as sondagens preveem que nenhum dos dois maiores partidos (o Conservador e o Trabalhista) consiga eleger os tais 326 deputados. Como tal, deverá ser ainda preciso esperar alguns dias até se saber quem vai ser o novo Primeiro-Ministro do Reino Unido.

Não conseguindo a maioria, o partido vencedor terá de fazer alianças com alguns dos partidos mais pequenos, que são sete nestas eleições:

– Liberal-Democrata;

– UKIP (Partido da Independência do Reino Unido, defende a saída da União Europeia);

– SNP (Partido Nacional Escocês);

– Verdes;

– Plaid Cymru;

– Sinn Féin;

– Partido Unionista Democrático;

– Partido Unionista do Ulster;

– Partido Social-Democrata e Trabalhista.

Tal como em Portugal, para votar é preciso ser maior de 18 anos. Enquanto por cá, as eleições são sempre marcadas para um domingo, no Reino Unido elas realizam-se à quinta-feira, dia de trabalho.

RAINHA NÃO VOTA

Entre as razões apontadas para ser à quinta, está o facto de antigamente esse ser o dia de mercado no Reino Unido e considerar-se que, assim, era mais fácil para as pessoas irem votar.

Por norma, os membros da Família Real não votam. Mas é a rainha quem convida o líder do partido vencedor a formar um novo governo.

Quando o Governo está formado, o monarca (a rainha Isabel II), faz um discurso na Câmara dos Comuns, em que apresenta as principais linhas de governação, num ato simbólico que marca uma nova etapa política no Reino. Na realidade, o discurso que a Rainha lê é escrito pelo partido vencedor e não por ela.

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