Um deles será o próximo presidente de França

Macron e Le Pen foram os vencedores da 1ª volta das Presidenciais em França. Conhece-os melhor e fica a saber por que já são históricas estas eleições.

Já se calculava que haveria uma segunda volta nas eleições presidenciais francesas, que tiveram domingo, dia 23, o seu “premier tour”. Só não haveria segunda volta se um dos candidatos conseguisse alcançar mais de 50% dos votos, o que era improvável havendo 11 candidatos iniciais.

As sondagens mostravam valores muito próximos para os quatro candidatos principais – Emmanuel Macron, Marine Le Pen, Jean-Luc Mélenchon e François Fillon – e estavam certas.

Macron ficou à frente com 24,01% dos votos, seguido por Le Pen (21,30%), Fillon (20,01%) e Mélenchon (19,58%).

Independentemente de quem venha a vencer a segunda volta das eleições, no próximo dia 7 de maio, este escrutínio é já histórico.

Os franceses mostraram, desde logo, um grande descontentamento com os partidos políticos tradicionais, pois os candidatos do Partido Republicano (François Fillon) e do Partido Socialista (Benoît Hamon) não passaram à segunda volta. Hamon ficou mesmo em 5º lugar, conseguindo apenas 6% dos votos.

Ora, estes são os dois principais partidos franceses (os Republicanos mais à direita e os socialistas, mais à esquerda) e desde 1965 que não havia uma segunda volta sem pelo menos um destes dois partidos estar representado.

Já em 2002, a esquerda não teve um candidato na 2º volta, noutras eleições marcantes em França, as Presidenciais de 2002. Nesse ano, o país da Liberdade, Igualdade e Fraternidade acordou em choque com a passagem à segunda volta, pela primeira vez na sua história, de um candidato de extrema-direita – Jean Marie Le Pen (pai da Marine Le Pen, fundador do Partido Frente Nacional).

LÊ: Por que é que os partidos de esquerda são de esquerda e os partidos de direita são de direita?

A vitória nesta primeira volta de uma candidata de extrema-direita volta a assustar os franceses. E não só… O discurso de Marine Le Pen é marcado pela intolerância, pelo extremismo e põe em causa alguns dos principais valores europeus e democráticos.

A candidata da Frente Nacional é, ainda, contra a imigração, pretende encerrar as fronteiras do país, travar a circulação de pessoas, mas também de mercadorias e de ideias. Opõe-se à União Europeia e ao euro, defendendo o regresso da antiga moeda francesa, o franco.

As posições radicais de Le Pen já levaram vários dos candidatos que não passaram à segunda volta – e muitas personalidades de destaque a nível nacional e internacional – a apelarem ao voto em Macron.

Emmanuel Macron tem um discurso oposto ao de Marine Le Pen. Este ex-ministro da Economia de François Hollande, é um defensor da União Europeia e da mundialização, para a qual olha como uma oportunidade, não como uma ameaça. Diz não ser “nem de esquerda nem de direita” e, se for eleito a 7 de maio, será o mais novo Presidente da República que a França já teve. Macron tem 39 anos de idade.

As sondagens dão a Macron a vitória na segunda volta por uma margem confortável. Mas é preciso esperar mais duas semanas para se conhecer qual será, de facto, o destino de França.

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