Como surgiram os gelados?
As versões parecem ser tantas quantos os sabores que temos hoje à disposição, mas a neve está sempre presente.
Qual é o primeiro país em que pensas quando se fala em gelados? Disseste Itália? Pois parece que os italianos apenas aperfeiçoaram a invenção, nascida a muitos quilómetros de distância.
Uma das versões mais consensuais sobre a origem do gelado é a de que ele terá surgido inicialmente na China, bem antes da Grande Muralha começar a ser construída – e isso já foi no ano 220 a.C..
Os chineses terão sido os primeiros a lembrar-se de juntar neve a uma mistura de frutas e mel, vista como a pré-história do gelado. Segundo esta versão, o leite só seria incorporado à receita bem mais tarde, já na Europa. Ou seja, o sorvete (feito apenas com água) teria surgido primeiro.
À Europa, a receita terá chegado na bagagem de um senhor que conheces bem dos livros de História: Marco Polo. O mercador de Veneza, nas suas viagens pela Ásia (algures entre meados e finais do século XIII), terá conhecido esses preparados gelados de frutas e trazido a receita para Itália.
Mais de dois séculos depois, em 1547, quando a jovem nobre de Florença Catarina de Médici se casou com Henrique II, de França, os gelados servidos no matrimónio foram vistos como uma maravilha da gastronomia italiana.
Além do contributo histórico que deu às artes, terá a família Médici de Florença contribuído também para esta obra gastronómica? É só uma hipótese.
COM SABOR A HIMALAIAS
Seguindo outras versões da história dos gelados chegamos a latitudes diferentes. Ao Médio Oriente, por exemplo.
Há quem veja na origem árabe da palavra sorvete um indício de que foi lá que o gelado nasceu. Sorvete viria, então, de ‘sharbat’, uma bebida popular em países como o Irão ou o Afeganistão, onde é conhecida desde o século XII. Além de frutas, o ‘sharbat’ original levava especiarias e neve dos Himalaias.
Também o Egipto tem um capítulo na pouco consensual história desta delícia gastronómica que nos refresca no Verão. Os faraós teriam o hábito de servir uma espécie de cálices de prata com duas divisões – uma contendo frutas, a outra neve – às suas visitas.
O melhor mesmo é comer um gelado para refrescar as ideias e pensar depois em qual das hipóteses fará mais sentido.