Para compreender o presente é essencial olhar o passado

2023: mais um ano cheio de História e de histórias

A parceria com o Laboratório História, Territórios e Comunidades prossegue aqui no Jornalíssimo. E há uma novidade.

Fevereiro vai a meio, mas o ano ainda está no início e permite balanços.

No dia em que lançarmos uma nova série de artigos que alia História e juventude e é, também ela, dinamizada pelo Laboratório História, Territórios e Comunidades (LHTC), vale a pena olhar para trás e recordar o percurso feito na sequência da parceria entre o LHTC e o Jornalíssimo, parceria essa que entra agora no oitavo ano de vida.

Quebrando já o suspense, a série de artigos que agora começa, com o testemunho de Catarina Letria e que vai ser publicada nos próximos meses ao dia 15, põe jovens historiadoras/es a contarem o seu percurso e a forma como o facto de se terem cruzado com uma atividade de iniciação à investigação em história contemporânea no ensino Secundário teve impacto nas suas vidas. Será mais uma iniciativa sobre História, a somar às quatro rubricas que já resultaram desta parceria entre o LHTC e o Jornalíssimo.

Façamos então um balanço, que vale por ser tempo de aniversário desta colaboração, mas também por recordar que várias dezenas de artigos, assinados por outras dezenas de historiadores e historiadoras portugueses, ligados ao Laboratório ou ao antigo Instituto de História Contemporânea (IHC) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa (UNL), continuam a estar disponíveis aqui no site para consulta. No seu conjunto, abrangem um leque considerável de eventos determinantes na história de Portugal, da Europa e do mundo.

Ancorar o presente…

A categoria de História no Jornalíssimo surgiu em janeiro de 2016, precisamente um ano depois de este jornal digital para jovens ter sido fundado.

A ideia de colocar a História ao lado das demais editorias – como Ciência, Ambiente, Tecnologia ou Desporto – foi do Laboratório do IHC.

Maria Fernanda Rollo, à época presidente daquele Instituto, propôs que fosse feita uma parceria entre o IHC e o Jornalíssimo, como mais uma forma de o IHC cumprir a sua principal missão: criar uma cultura histórica na sociedade portuguesa. Habituado a testar novos métodos, a experimentar, a inovar, a colaboração proposta seria mais uma “experiência” do Instituto.

Sendo um jornal um instrumento voltado sobretudo para a atualidade, é um facto que não há presente sem alicerces no passado. E o Jornalíssimo, ao pretender tornar as notícias mais acessíveis aos mais jovens, olha várias vezes para ele – para o passado. Enquadrar e contextualizar os acontecimentos implica quase sempre olhar para trás, ir à procura das raízes do que hoje é notícia. Assim, a proposta foi acolhida de braços abertos e com grande entusiasmo pelo Jornalíssimo. A parceria/experiência revelar-se-ia frutífera.

Europa e Olimpismo

À rubrica inicial (coordenada por Ana Paula Pires, Luísa Metelo Seixas e Ricardo Castro), que tinha por objetivo dar a conhecer, todos os meses, através de um artigo, eventos que marcaram a História de Portugal e do Mundo — da entrada do país na Comunidade Europeia à Reforma do Ensino Primário -, outras rubricas, mais específicas, se somaram.

A segunda rubrica do IHC no Jornalíssimo deu pelo nome de “História e Europa”. Também de periodicidade mensal pretendeu, como o nome deixa adivinhar, “potenciar o conhecimento, a participação e a cidadania ativa dos europeus na crítica e construção” do projeto conjunto que é a Europa, nas palavras das suas coordenadoras científicas, Isabel Baltazar e Alice Cunha, também elas da equipa do IHC. “História e Europa” estreou-se em janeiro de 2017 e teve uma duração de dois anos. Em 24 artigos, abordaram-se as ideias, o modo de funcionamento, projetos e protagonistas da União Europeia. Do programa Erasmus à explicação do que fazem os vários organismos da UE, passando pelas partes da UE que ficam fora do continente europeu, muitos foram os assuntos que tiveram lugar neste espaço.

Ainda em janeiro de 2017, começou uma série de artigos que aliavam a História ao Desporto. Os textos, também publicados com uma periodicidade mensal, tinham como chapéu o nome “História, Desporto e Olimpismo”. O foco esteve sobretudo nas origens e na evolução do Movimento Olímpico, tanto em Portugal como no mundo. A estreia portuguesa nos Jogos Olímpicos da Era Moderna, quem foi Pierre de Coubertin ou a evolução da participação feminina nos Jogos Olímpicos foram alguns dos temas tratados. À frente desta rubrica, assumindo a sua coordenação científica, esteve Rita Nunes, Diretora do Gabinete de Estudos e Projetos do Comité Olímpico de Portugal, além de investigadora do LHTC.

Mais recentemente, em maio de 2021, a rubrica inicial de História foi retomada, com uma diferença. O HTC – História, Territórios e Comunidades tinha acabado de nascer – numa união entre a FCSH-UNL e o Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra – e passaria a ser deste centro de investigação (e já não do IHC) a responsabilidade pela nova rubrica.

Ao longo dos últimos meses, com a coordenação científica de Maria Fernanda Rollo, com o apoio de Susana Domingues, vários temas e personalidades (mais ou menos conhecidos) sobretudo da História de Portugal, foram abordados. Recordaram-se, por exemplo, nomes como Teófilo Braga ou Eça de Queirós e as suas “Farpas”, falou-se de um cargueiro afundado no fundo do Tejo e das memórias do contrabando no Douro Superior, olhou-se atentamente para a forma como evoluíram realidades tão diferentes como sejam a infância, a polícia ou a administração pública.

No horizonte…

Como não há balanço que não tenha o futuro no horizonte, levantamos o véu sobre o que serão alguns dos assuntos em destaque nesta rubrica ao longo de 2023: o feminino estará em relevo em artigos sobre a história da despenalização do aborto ou sobre as mulheres operárias na cidade de Lisboa, ou ainda, num artigo que olha para elas no movimento de oposição ao Estado Novo; três territórios terão um texto a ser-lhes dedicado: os Açores por causa de um jornal; Setúbal, pela sua diocese; Cascais pelo seu património histórico. Os restantes temas ficam para ser descobertos ao longo do ano.

Boas leituras!

Foto: Keith Jones/Creative Commons

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