A solidariedade: uma imagem de marca da União Europeia
O Corpo Europeu de Solidariedade dá aos jovens a oportunidade de fazer voluntariado ou de trabalhar em projetos, no próprio país ou no estrangeiro.
Por Isabel Baltazar – IHC-NOVA/FCSH*
Todos os meses, ao longo dos dois últimos anos, procurámos, nesta rubrica “História e Europa”, dar-te a conhecer a história e os valores fundamentais da União Europeia. No artigo que encerra esta rubrica, queremos lembrar-te que a Europa conta contigo e com a tua participação democrática para ser ainda mais criativa. A tua voz pode ser ouvida pela participação no Parlamento Europeu dos Jovens ou no Corpo Europeu de Solidariedade. A tua maioridade será também o direito de votar nas eleições europeias, essencial para o envolvimento dos cidadãos no processo de construção europeia.
O Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciou em Setembro de 2016 a criação do Corpo Europeu de Solidariedade. A Solidariedade é uma imagem de marca da União Europeia e um dos valores europeus fundamentais porque é um ato de bondade para com os outros, uma união de esforços, para o bem comum, como numa equipa em que juntos somos mais fortes! É nesta cooperação entre os Estados-membros da União Europeia que, de facto, a solidariedade existe, porque todos se sentem parte de uma comunidade. É esta a concretização do significado de uma união: numa união de pessoas, cada uma se preocupa com o bem-estar das outras e a União Europeia é como uma família em que cada um dos Estados é solidário com os outros, quer em catástrofes naturais, humanas ou problemas sociais.
Como funciona o Corpo Europeu de Solidariedade?
O Corpo Europeu de Solidariedade é a nova iniciativa da União Europeia dirigida aos jovens, dando-lhes a oportunidade de fazer voluntariado ou de trabalhar em projetos, no próprio país ou no estrangeiro, em benefício de pessoas e comunidades de toda a Europa. O Corpo Europeu de Solidariedade é uma reserva de jovens que manifestaram o seu interesse em participar em projetos solidários e que se comprometem a respeitar a missão e os princípios deste Corpo Europeu de Solidariedade. Quando os jovens se inscrevem, ficam numa base de dados que é consultada quando as organizações necessitam de jovens convidados para participar nos seus projetos. Cada jovem é selecionado e convidado de acordo com os seus interesses e potencialidades.
Os participantes no Corpo Europeu de Solidariedade podem ser selecionados e convidados a integrar uma vasta gama de projetos, relacionados, por exemplo, com a prevenção das catástrofes naturais ou a reconstrução na sequência de catástrofes deste tipo, a assistência em centros de requerentes de asilo ou a resposta a outras questões sociais a nível da comunidade.
O que se pode fazer para ser solidário?
Os projetos do Corpo Europeu de Solidariedade podem dizer respeito a uma grande variedade de temas, mas todos devem estar em consonância com a sua missão e princípios. Podes realizar muitas atividades solidárias, de acordo com as necessidades do momento, como por exemplo: ajudar a reconstruir uma escola ou um centro comunitário que tenha sido destruído por um sismo; dar assistência a pessoas recentemente chegadas que solicitam asilo; limpar a vegetação das florestas para ajudar a prevenir incêndios florestais; trabalhar com pessoas com deficiência num centro comunitário.
Não te será pedido que desempenhes quaisquer funções relacionadas com a resposta imediata a situações de catástrofe. Este tipo de tarefas continuará a ser desempenhada por pessoas com experiência e formação especializada para trabalhar com segurança em ambientes perigosos.
Aos 17 anos já te podes inscrever no Corpo Europeu de Solidariedade, mas só podes participar num projeto depois de fazeres 18 anos. A participação nos projetos do Corpo Europeu de Solidariedade está aberta aos jovens até aos 30 anos de idade. Podes obter mais informações sobre o Corpo Europeu de Solidariedade no site da Comissão Europeia.
Tens, ainda, a página da Representação da Comissão Europeia em Portugal e também podes dirigir-te ao Centro de Informação Jacques Delors (CIEJD), ambos em Lisboa. Ou aos Centros Europe Direct distribuídos por todo o país.
Tu na Europa farás uma Europa melhor!
(*) Este texto encerra a rúbrica “História e Europa”, com coordenação científica de Alice Cunha e Isabel Baltazar, publicada ao longo dos dois últimos anos, ao dia 20 de cada mês. A rubrica “História e Europa” foi dedicada às ideias e aos protagonistas do projeto europeu e resultou de uma parceria entre o Instituto de História Contemporânea da Universidade de Lisboa (IHC – UNL) e o Jornalíssimo e tem a coordenação científica de Isabel Baltazar e Alice Cunha, doutoradas em História pelo IHC-UNL