Da Pista Coberta de Portland viu-se o Rio
A passagem portuguesa pelo Mundial de Atletismo foi o esperado: um ensaio para os Jogos Olímpicos.
Por Andreia Sousa*
Não houve pódios, não se ouviu o hino nacional. Ainda assim, o balanço da participação portuguesa na 17ª edição dos Mundiais de Atletismo em Pista Coberta, realizados de 17 a 20 de março, em Portland (Oregon, Estados Unidos) é positivo.
António Costa, do departamento de comunicação e marketing da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), recorda ao Jornalíssimo que “os objetivos gerais foram cumpridos”.
A presença de Portugal nestes Mundiais, lembra, não tinha em vista a conquista de grandes resultados, mas antes “a preparação para o nosso grande objetivo deste ano: os Jogos Olímpicos”.
A FPA não tem dúvidas de que “os atletas saíram (de Portland) com uma nova experiência”, que os ajudará quando chegarem ao Rio de Janeiro.
“Para os atletas, é diferente competir num grande palco com todo o ‘show’ dos Mundiais ou em Portugal”, realça António Costa.
E se Nelson Évora (aqui junto de toda a comitiva portuguesa em Portland 2016) já está habituado a esse “show”, para atletas como Samuel Remédios ou Carlos Nascimento – jovens talentos em que a FPA deposita grandes expetativas -, uma experiência como a vivida nos últimos dias pode fazer a diferença.
As palavras de Marta Onofre mostram como a participação nos Mundiais de Pista Coberta foi importante, mesmo tendo ela feito três saltos nulos na prova de Salto com Vara: “(a prova) deixou-me ainda mais motivada para treinar bem no verão e querer saltar ainda mais alto”, comentou a atleta do Sporting Clube de Portugal.
O salto com vara foi ganho pela norte-americana Jennifer Suhr, que estabeleceu um novo recorde nestes mundiais (4,90 metros).
Marta Onofre foi a primeira portuguesa a competir nos Campeonatos. A segunda jornada contou com a participação de Carlos Nascimento. O atleta da Escola do Movimento (ESCMOV) fez 6,71 segundos nos 60 metros planos, tendo ficado em 26º lugar geral (5º na sua série).
Samuel Remédios (SL Benfica) terminou o Heptatlo, em Portland, na 9ª posição, com 5733 pontos – a sua terceira melhor prestação de sempre nesta disciplina.
Na terceira jornada, Nelson Évora foi quarto classificado no Triplo Salto, com 16,89 metros (a sua melhor marca do ano). O Triplo Salto foi ganho pelo chinês Bing Dong com a surpreendente marca de 17,33 metros, tornando-se assim o terceiro chinês de sempre a alcançar o ouro nesta competição.
O país anfitrião, os Estados Unidos, dominaram os Mundiais de Pista Coberta: venceram metade das finais que disputaram, entre ouro e prata, ficaram com 23 medalhas… Quase um terço das que estavam em jogo.
*Artigo editado por Jornalíssimo