Uma revolução muito ‘fashion’ 

O que farias se soubesses que a pechincha que acabaste de encontrar tinha sido feita por alguém que é explorado?

O movimento “Fashion Revolution” fez o teste em Berlim, na Alemanha. No meio de uma praça movimentada, colocou uma máquina  de venda azul-turquesa com t-shirts por apenas dois euros.

Os muitos que se dirigiram à máquina para comprá-las, começavam por escolher o tamanho e introduzir as moedas. Em seguida, eram surpreendidos por imagens que lhes mostravam as condições em que trabalham mulheres e crianças para produzir roupa barata – fábricas sobrelotadas, 16 horas de trabalho por dia, em troca de um salário que mal lhes chega para viver.

Depois de confrontados com a realidade de trabalhadores em países em desenvolvimento para abastecer o mercado ocidental, os clientes podiam escolher entre ficar com as t-shirts ou doar os dois euros a uma organização que trabalha para melhorar as condições de trabalho dessas pessoas.

Noventa por cento decidiram doar o valor e rejeitar a t-shirt, confirmando a ideia do movimento “Fashion Revolution” – as pessoas alteram os seus hábitos de consumo se souberem o que se esconde por detrás de preços tão baratos.

A “Fashion Revolution” é recente. Tem pouco mais de dois anos. Foi ideia de designers, académicos, escritores, empresários e políticos que, no dia 24 de abril de 2013, decidiram fazer alguma coisa em homenagem dos 1133 trabalhadores que morreram no colapso de uma apinhada e desumanizada fábrica de roupa do Bangladesh.

“Queremos inspirar uma mudança permanente na indústria do vestuário e restabelecer os laços que se quebraram na cadeia de abastecimento”, explicam no site oficial. “Temos que perceber que não compramos apenas uma peça de roupa mas (influenciamos) toda uma cadeia de valores e relações humanas”, acrescentam.

Lutaram para estabelecer o dia 24 de abril como o “Fashion Revolution Day” e fazem várias campanhas para promover um comércio mais justo e sustentável. As redes sociais têm servido para amplificar esta mensagem. Criaram a hashtag #FashRev para incentivar as pessoas a interrogarem-se e a procurar saber mais sobre quem faz as suas roupas.

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