10 Curiosidades sobre a homossexualidade
A propósito do avanço dado nas últimas semanas no campo dos direitos de gays e lésbicas e do arco-íris que tomou conta dos perfis do Facebook.
1– No final de junho, o Supremo Tribunal norte-americano legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todos os estados do país; em Moçambique, a homossexualidade deixou de ser crime no início deste mês de julho. Sim, leste bem: crime.
2 – Por mais incrível que possa parecer, em muitos países do mundo, os homossexuais ainda são perseguidos, criminalizados, penalizados, torturados.
3 – E não foi há tanto tempo assim que a homossexualidade deixou de ser considerada… doença. Só em 1973 a ‘American Psychiatric Association’ retirou a homossexualidade da lista de distúrbios mentais. A Organização Mundial de Saúde deu esse passo ainda mais tarde, em 1993.
4 – A atração romântica, emocional ou sexual por uma pessoa do mesmo sexo é uma orientação sexual, tal como a heterossexualidade.
5 – Do mesmo modo que ninguém decide ser heterossexual, também ninguém decide ser homossexual ou bissexual. Ou seja, ser homossexual não é uma escolha ou opção e, por isso, a ideia de tentar “curar” a homossexualidade é absurda.
6 – Os comportamentos homossexuais também existem entre os animais não racionais, sejam eles mamíferos, aves ou insetos. Em alguns, esses comportamentos são ocasionais, mas há casos de espécies onde se formam casais para toda a vida. A homossexualidade está documentada em animais como pinguins, libélulas, albatrozes. As girafas do sexo masculino também têm, por vezes, relações com elementos do mesmo sexo antes de acasalarem com as fêmeas. Parecem não andar muito distantes dos humanos. Na adolescência, as experiências homossexuais também são frequentes e não significam que se seja homossexual – é algo característico de uma idade de descobertas.
7 – Há estudos que indicam que entre cinco a dez por cento da população mundial é homossexual. No entanto, muitas pessoas optam por esconder a sua orientação homossexual, por não fazer o chamado “coming out”. Assumir a homossexualidade é ainda algo difícil para muitas pessoas. O que é fácil de compreender, já que (embora as coisas comecem lentamente a mudar), da literatura ao cinema, crescemos rodeados por histórias de amor entre um homem e uma mulher e não entre um homem e um homem ou entre uma mulher e uma mulher.
8 – Em países como a Holanda, a Dinamarca ou a Suécia, “sair do armário” é bem mais fácil. Ao contrário do que se passa na maioria dos países (mesmo em sociedades supostamente livres e iguais), nos países nórdicos a homossexualidade é bem aceite pela sociedade. Andar de mãos dadas ou beijar alguém do mesmo sexo não é nada que desperte olhares curiosos ou comentários inoportunos.
9 – Como ainda continuam a ser vistos por muita gente como “diferentes” e como há ainda muitas pessoas a lidar mal com a diferença, os homossexuais continuam a ser alvo de discriminação. Aliás, isso é algo que normalmente acontece com as minorias. A homofobia, o desprezo e o ódio pelos homossexuais persiste. Hoje fala-se, também, em heterossexismo para designar esse desrespeito por uma orientação sexual que não seja a heterossexualidade.
10 – Apesar de haver já uma série de estudos sobre o assunto, muito falta descobrir sobre as causas que determinam que uma pessoa seja heterossexual ou homossexual. Alguns autores defendem que a orientação sexual se define logo quando estamos no útero materno, outros dizem que se desenvolve na infância, que é algo adquirido. Há, por exemplo, um estudo que defende que quantos mais irmãos mais velhos tenha um homem, mais possibilidades ele tem de ser homossexual. Este, como outros estudos, foram alvo de muita controvérsia. A equação que menos dúvidas parece levantar é a que põe o amor como denominador comum de todos os tipos de orientação sexual.
Se te interessares pelo assunto, podes gostar de consultar os seguintes sites: www.rea.pt ou www.portugalgay.pt.
Há, também, muitos livros e filmes que abordam o tema da homossexualidade. Talvez já tenhas visto “O Segredo de Brokeback Mountain”, de Ang Lee ou “Happy Together”, de Wong Kar-wai. E será que já leste “Beatriz e os Corpos Celestes”, de Lucía Etxebarría?