O Ártico regista 20 graus a mais do que é normal nesta altura do ano
A superfície gelada nunca foi tão pequena e as camadas de gelo tão finas.
Nesta altura do ano, em que o inverno se aproxima a passos largos e o Sol deixa de iluminar o Pólo Norte, a temperatura nesta zona do globo costuma rondar os 25 graus abaixo de zero.
Este ano, porém, os termómetros no Ártico registaram uma temperatura bem mais moderada: apenas -5 graus. O alarme soa não só pela temperatura invulgar do ar.
Mais uma vez, o degelo do Ártico é notícia, com a superfície gelada a ser, em outubro passado, a menor de que há memória.
Os dados são de um relatório do Instituto do Meio Ambiente de Estocolmo.
Também as camadas de gelo que se formam sobre o mar, as banquisas, são as mais finas de sempre.
Estes fenómenos estão todos interligados e desencadeiam um círculo vicioso.
Ao existir uma camada mais fina de gelo, o oceano recebe mais radiação solar, liberta-a para a atmosfera, aquecendo-a e tornando mais difícil a formação de gelo.
Os cientistas pensam que já em 2030, o Ártico irá começar a ter verões sem gelo marinho – algo que antes previam apenas para 2050.
Outra das questões que preocupa os cientistas prende-se com a tundra (a formação vegetal caraterística das planícies geladas de clima polar). O seu aquecimento irá provocar a libertação de metano, um gás cujo efeito de estufa é vinte vezes superior ao CO2.
Apesar de todas as evidências científicas ainda há quem ache, como Donald Trump, que o problema do aquecimento global é uma farsa. Há poucos dias, o Presidente eleito dos Estados Unidos veio anunciar a intenção de cortar o financiamento da NASA para investigação sobre alterações climáticas.