História: no secundário, com um pé na universidade

Alunos do Liceu Camões apresentaram esta semana os trabalhos resultantes do programa de iniciação à investigação histórica.

Quando pensamos em investigação científica é o ensino universitário que nos vem geralmente à cabeça. Mas há sempre exceções a confirmar a regra. Em Portugal, existe pelo menos uma: os alunos e alunas de História A e de Ciência Política, do 11º e 12º anos da Escola Secundária de Camões, em Lisboa, têm a oportunidade de realizar uma investigação científica, desde a pesquisa bibliográfica à publicação de um artigo, passando pelo tratamento das fontes.

O Programa de iniciação à investigação histórica é uma parceria entre aquela escola da capital e o Laboratório de História, Territórios e Comunidades (parceiro do Jornalíssimo). O projeto desenvolve-se ao longo de todo o ano letivo: logo no início, criam-se grupos de trabalho, cada um elege um tema do seu interesse e, de acordo, com o tema escolhido, são nomeados investigadores de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa para acompanhar cada grupo no desenvolvimento do trabalho, em regime de tutoria.

O objetivo do projeto é que os alunos compreendam e pratiquem as várias etapas de uma investigação. No final do ano é sempre organizada uma sessão pública de apresentação dos trabalhos e publicado um ebook com os trabalhos finais. O ebook deste ano ainda não está disponível (podes consultar aqui os dos anos anteriores). Quanto às apresentações, foram divididas em duas sessões – a primeira teve lugar na segunda, dia 14, a segunda hoje, quarta 16.

No anfiteatro do Liceu Camões, 13 grupos (num total de 104 alunos e 24 tutores) apresentaram as suas investigações, voltadas para temas históricos – como a criação do Serviço Nacional de Saúde, o caso de Ballet Rose e a música de intervenção antes do 25 de Abril -, mas também atuais – os offshores, as comunidades indígenas brasileiras, a II Guerra do Iraque e os novos refugiados do clima, entre outros.

No caso dos alunos e alunas de História A, a realização desta investigação é obrigatória e conta para a nota. O trabalho, no entanto, não se circunscreve à sala de aula. Fora do tempo letivo, há a pesquisa, as reuniões com os tutores, a redação do artigo.

O Laboratório de História, Territórios e Comunidades está disponível para alargar este projeto a outras escolas de Lisboa.

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