Esta imagem da NASA mostra o buraco do ozono em cima da Antártida no ano de 1985.

As políticas surtiram efeito: o buraco do ozono está a fechar

Um acordo internacional que proibiu a emissão de substâncias químicas nocivas foi determinante.

Raramente há boas notícias a propósito da saúde do planeta que habitamos. Mas esta é uma delas: o buraco do ozono está a diminuir e, em cerca de 20 anos, a maior parte da camada de ozono danificada deverá estar recuperada. Apenas o pedaço que fica por cima da Antártida poderá demorar um pouco mais a restabelecer-se completamente – 40 anos, estima-se.

Foi precisamente na Antártida, nos anos 80 do século XX, que os cientistas descobriram a existência de um buraco na camada de ozono – a parte superior da atmosfera terrestre, na estratosfera, responsável por absorver a radiação ultravioleta (UV) e impedir que toda ela chegue à Terra.

A descoberta alarmou o mundo, pois a radiação UV pode prejudicar seriamente a vida de humanos, animais e plantas na Terra. Nos seres humanos, uma das consequências desta radiação pode ser o desenvolvimento de cancro na pele; nas árvores e plantas, os raios UV podem limitar a realização da fotossíntese e, logo, a capacidade de absorção de dióxido de carbono da atmosfera.

1987: um acordo internacional proibiu quase cem substâncias químicas

Na origem da destruição da camada protetora da Terra estavam substâncias químicas utilizadas pelos seres humanos sobretudo em aerossóis e em sistemas de refrigeração. Lacas de cabelo, desodorizantes e outros sprays, frigoríficos e ares-condicionados eram alguns dos responsáveis.

Em 1987 foram tomadas medidas para enfrentar o problema. Quase todos os países do mundo assinaram o Protocolo de Montreal, que decretou a eliminação de 96 substâncias químicas nocivas para a camada de ozono. Hoje, essas substâncias estão proibidas em 198 países.

Um sucesso encorajador

O relatório da Organização das Nações Unidas recentemente divulgado resulta da análise de vários estudos realizados por vários grupos de cientistas internacionais (entre os quais alguns da NASA e da Comissão Europeia) e vem demonstrar o sucesso do Protocolo de Montreal e de outras medidas entretanto tomadas.

Estes dados são um incentivo ao cumprimento das medidas que visam o combate às alterações climáticas. Isso mesmo veio dizer o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas: “O êxito obtido na eliminação progressiva dos produtos químicos que estavam a causar danos na camada de ozono mostra-nos o que pode e deve ser feito – com carácter de urgência – para abandonar os combustíveis fósseis, reduzir os gases com e feito de estufa e assim limitar o aumento da temperatura”.

Como é que dizia Fernando Pessoa? “… o homem sonha, a obra nasce”.

Foto: NASA Photo Collection/Creative Commons

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