Quem é Aung San Suu Kyi, o rosto da liberdade na Birmânia?

A líder do partido que venceu as primeiras eleições livres do país asiático tem uma história digna de filme. 

Seria estranho se Suu Kyi não se tivesse interessado pela política. O seu pai era já um conhecido ativista birmanês. Chamava-se Aung San, era general e lutou pela independência da Birmânia, quando o país era ainda uma colónia inglesa

Suu Kyi tinha apenas dois anos quando o pai foi assassinado, mas seguiria os seus passos, na luta pelo caminho que considerava melhor para a Birmânia. 

O nome oficial do país é, desde 2009, República da União de Myanmar, embora continue a ser chamado pelo seu nome antigo. A Birmânia foi governada por militares durante mais de 50 anos. Desde 2011, a situação melhorou, mas, até então, o povo esteve sempre sujeito a um regime autoritário e privado de escolher os seus representantes. 

Suu Kyi, hoje com 70 anos, dedicou a sua vida a lutar pela liberdade. Quando era jovem deixou a Birmânia para estudar no estrangeiro, mas regressou e não baixou os braços, mesmo sabendo que, ao opor-se ao governo militar, corria, tal como o pai, risco de vida.

Ela escapou da morte, mas não da prisão. O seu ativismo e o partido que fundou, a Liga Nacional para a Democracia, não agradavam ao regime e Suu Kyi acabou presa. Passou 20 anos na cadeia, foi uma presa política.

Foi atrás das grades que soube, em 1991, que tinha ganho o Prémio Nobel da Paz

Só em 2010 seria libertada e poderia retomar a sua luta em liberdade. Domingo passado, o seu partido, a Liga Nacional para a Democracia, venceu aquelas que foram as primeiras eleições verdadeiramente livres do país. 

Apesar da vitória expressiva, ainda não é certo que Suu Kyi venha a ser a nova presidente da Birmânia. A Constituição do país não permite que alguém que tenha filhos com um cidadão estrangeiro seja presidente e Suu Kyi é casada com um inglês, de quem tem dois filhos. 

Assumindo oficialmente o cargo ou não, para os birmaneses ela é a líder do país. Não por acaso a chamam carinhosamente “The Lady“. 

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