Ramadão: um mês de jejum e oração
Os muçulmanos são quase um quarto da população mundial. Este é um período simbólico para eles.
O Ramadão é um dos cinco pilares do Islamismo. Neste ano de 2025, começou a 28 de fevereiro e estende-se até 30 ou 31 de março. Todos os anos, este mês – o nono do calendário islâmico – varia de data. É assim porque o Islão – a religião dos muçulmanos, fundada pelo profeta Maomé e que tem no Alcorão o seu livro sagrado – segue o calendário lunar. Por norma, o Ramadão começa 12 dias antes da data de início do ano anterior.
Para os muçulmanos o Ramadão reveste-se de um caráter simbólico, já que foi neste período que o Alcorão foi revelado ao profeta através do arcanjo Gabriel.
Para assinalar a data, os praticantes desta religião fazem, por norma, jejum. Isso significa que, durante os 29 ou 30 dias que o Ramadão pode durar, não comem desde duas horas antes de o sol nascer até ao cair da noite. A refeição que fazem, todos os dias, antes da alvorada chama-se ‘Su-Hoor’ e a que fazem à noite é a ‘Iftar’. O jejum não se reduz aos alimentos. Implica também a privação de álcool, tabaco e relações sexuais. Também o uso da televisão e das redes sociais é restringido durante o Ramadão.
O restrito uso dos media faz sentido, tendo em conta que o objetivo do jejum é que os muçulmanos se centrem, ao longo deste mês, na oração a Alá (o Deus do Islão e a única divindade desta religião, onde a figura de santo não existe), mas também nas boas ações, na reflexão espiritual e na família.
O Ramadão significa outra alteração ainda para os muçulmanos: em vez das cinco orações que fazem por dia ao longo do ano, neste período, fazem seis. Chama-se ‘Tarawi’ a oração extra, que dura uma hora e se inicia por volta das dez da noite, depois de os fiéis já terem feito a ‘Iftar’, a tal refeição depois do pôr-do-sol.
Convém lembrar que nem todos os muçulmanos têm de jejuar durante este mês. Há exceções: crianças, idosos, mulheres grávidas e doentes estão dispensados. Os doentes devem, em vez de jejuar, alimentar um pobre durante todo o mês; as grávidas devem apenas adiar o jejum para depois do período de gestação e de aleitamento.
Já na ‘Idulfitr’ todos participam. É a festa que assinala o final do Ramadão. Como no nosso Natal, as mesas enchem-se de pratos típicos, há troca de presentes, reúne-se a família, visitam-se os amigos, acode-se aos pobres e recorda-se os mortos.
Ainda te lembras de quantos são os pilares do Islamismo? O Ramadão é um deles, o quarto. O primeiro é a fé, o segundo a oração, o terceiro chama-se, em árabe, ‘Zakat’ e refere-se à purificação da riqueza (quando o ano termina, os muçulmanos devem doar 2,5 por cento do valor que conseguiram poupar ao longo do ano). Por fim, o quinto é a peregrinação a Meca, na Arábia Saudita, conhecida como ‘Hajj’.
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