O Terramoto no Nepal deslocou três centímetros o Evereste

A Geologia e a Geofísica têm encantos como este: medir a deslocação de um monte por um sismo.

Que o terramoto que afetou o Nepal a 25 de abril último tinha sido violento, já sabíamos. A surpresa é que o impacto tenha sido capaz de deslocar a montanha mais alta do mundo, o Evereste, com os seus 8848 metros de altitude.

A notícia surpreende até quem é da área: “A deslocação, sensivelmente para Norte, é normal. O que não é normal é ter acontecido um deslocamento tão grande de uma só vez”, comenta o engenheiro geólogo Rui Moura.

Apesar de parecer estático, o Evereste move-se e a razão para tal está na colisão das placas tectónicas Euroasiática e Indiana. Na última década, o Evereste já se tinha deslocado cerca de 40 centímetros para Noroeste.

O também professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto recorda que, vivendo nós à escala humana, nos esquecemos, por vezes, de que a escala das montanhas é de milhares de milhões de anos: “praticamente todas as montanhas que temos são consequência de movimentos tectónicos”.

Quem observa estas deslocações e de que forma? Rui Moura explica que esse é um trabalho da competência de geólogos, geofísicos e engenheiros geógrafos, possível quer graças à análise repetida no tempo de imagens de satélite, quer de avaliações topográficas feitas no terreno recorrendo a instrumentação diversa como por exemplo GPS.

A notícia de que o Monte Evereste se moveu três centímetros foi dada pelo Instituto de Geologia da Autoridade de Terremotos da China ao jornal ‘China Daily’.

A deslocação, afirmam, deu-se na sequência do primeiro sismo, de magnitude 7,8 na escala de Richter que afetou o Nepal (um dos cinco países atravessados pelos Himalaias, onde se situa a famosa montanha Evereste, partilhada pelo Nepal e pelo Tibete).

Aqui, no JORNALÍSSIMO, já demos a notícia de uma ilha nova no Pacífico, nascida na sequência de uma erupção vulcânica.

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