The Last of Us pode bem ser “a série” de 2023
A adaptação do videojogo à televisão não desiludiu. Bem pelo contrário.
Era uma das estreias mais aguardadas deste ano, especialmente pelos gamers, muitos dos quais têm em “The Last of Us” um dos melhores videojogos de sempre. Lançado pela primeira vez em 2013 para a PlayStation 2, pelo estúdio californiano Naughty Dog, o videojogo já foi entretanto reeditado várias vezes e já tem até uma sequela.
A adaptação ao pequeno ecrã gerou grandes expectativas. Mas, como sempre acontece quando o que está em causa é a adaptação a outro formato, os riscos são grandes. Afinal, há sempre alterações a fazer à história original que podem dececionar e as interpretações dos atores podem não encaixar com aquelas que os fãs já têm na cabeça.
Estreia em grande: cinco milhões de espectadores
Nada disso parece ter acontecido com a série de “The Last of Us”, a avaliar pelo primeiro episódio, que foi para o ar no dia 16 de janeiro na HBO Max. A estreia foi um sucesso. Vista por quase cinco milhões de telespectadores, tornou-se na segunda maior estreia de sempre da plataforma HBO. Só “House of the Dragon” foi mais vista no dia do lançamento.
Os comentários e as críticas que se sucederam sobre a série nas redes sociais não podiam ter sido mais positivos. O papel das personagens principais, Joel e Ellie (interpretados por Pedro Pascal e Bella Ramsey, respetivamente) foram muito elogiados. No site Esquire.com, por exemplo, o crítico Rafael Sánchez Casademont aplaude os matizes que as personagens da série conseguem ganhar em relação ao jogo e os “flashbacks” introduzidos à história. Sendo que, na sua opinião, a série foi muito fiel ao videojogo.
Uma fidelidade a que não será alheio o facto de, por detrás desta série, estar um dos próprios diretores do jogo original, Neil Druckman, que para este trabalho se juntou a Craig Mazin, criador de outra série muito bem-sucedida, Chernobyl.
Menos violência, diz Druckmann
Não é preciso gostar do jogo para desfrutar dos episódios que agora passam na HBO. Aliás, quem nunca jogou “The Last of Us” terá a surpresa da história, já conhecida dos jogadores.
Sem desvendar nada de importante, aqui fica o essencial do enredo. A ação passa-se vinte anos após o mundo ter sido atingido por um fungo chamado “Cordyceps”, que quase levou à extinção da humanidade. A pandemia converte os infetados numa espécie de zombies. É neste contexto que conhecemos um dos protagonistas da série, Joel. Ele é contratado por uma organização terrorista para levar uma jovem, Ellie, para fora de uma zona de quarentena. É neste ponto que a aventura começa: em vez de um simples trabalho, a missão de Joel transforma-se numa incrível jornada, em que as duas personagens percorrem os Estados Unidos de lás-a-lés e dependem uma da outra para sobreviver.
Numa entrevista à revista SFX, citada pelo site brasileiro Omelete, Neil Druckmann deu a garantia de que os nove episódios da série (sai um por semana, até à madrugada de segunda, dia 9 de março), têm um nível de violência inferior ao do jogo. “The Last of Us” não deixa, no entanto, de estar categorizada como uma série de terror, sendo portanto desaconselhada a telespectadores mais sensíveis.
Foto: HBO